Eu costumo dizer que hoje em dia, colecionamos exemplos de questões relacionadas a tomada de deciões e reputação quase todos os dias. Inlcuindo aquelas focadas em gestãoe compliance.
Basta uma leitura atenta das notícias.
Os limites entre vida pessoal e profissional estão sendo questionados e estudados, neste momento, com a intensificação dos chamados “home office”.
Mas, se uma faceta (profissional) impacta a outra (pessoal), a recíproca também totalmente verdadeira.
Três casos recentes que merecem uma análise pelos profissionais de negócios e de gestão.
A Avon (https://www.linkedin.com/posts/avon_com-grande-pesar-a-avon-tomou-conhecimento-activity-6682417446248361984-Gtcx) de maneira bastante ágil, reagiu a um caso envolvendo uma executiva (de 29 anos de idade, pasmem) sua que mantinha uma (ex) empregada doméstica idosa em situação análoga a de escravidão. Matéria da CNN aqui: https://www.cnnbrasil.com.br/nacional/2020/06/27/avon-demite-executiva-que-mantinha-idosa-em-situacao-de-escravidao
Veja, Princípios e Valores regem – sempre – decisões de uma organização. Mesmo em momentos onde pudesse simplesmente dizer “essa é uma questão de foro pessoal de nossa funcionária”. Belíssimo exemplo !
O segundo, é da Bombril (https://www.linkedin.com/posts/bombril_comunicado-a-bombril-decidiu-que-vai-retirar-activity-6679096412149551104-caZT). Uma bela demonstração pública de humildade e de reconhecimento que – talvez – sua análise de riscos (na perspectiva reputacional) não estivesse considerando todos os pontos de vista que deveria / poderia.
Não deixa de ser raro organizações de grande porte admitirem erros – ainda que involuntários – publicamente. Mais um belo exemplo !
Já o caso da Wirecard nos remete para a necessidade (permanente) de maior equilíbrio entre abordagens ágeis de tomada de decisão e regulação / regulamentação, com as de avaliação de riscos.
Sem fazer suposições, o fato é que o valor de mercado da empresa caiu tremendamente, seu CEO foi preso e está em liberdade sob fiança (https://www.istoedinheiro.com.br/wirecard-perde-r-74-bi-em-valor-de-mercado-apos-fundador-ser-preso-e-pagar-fianca-de-r-29-mi/) e solicitou falência (https://www.istoedinheiro.com.br/apos-escandalo-com-ex-ceo-wirecard-pede-falencia-com-rombo-de-r-11-bilhoes/).
Independentemente da causa (a ser investigada) dos “furos” no balanço, onde estava a estrutura de Compliance ?
Em resumo, mesmo questões pessoais de executivos chave e processos de gestão de riscos cada vez mais aprimorados são vitais para assegurar a perenidade de qualquer organização.
O que a Avon, a Bombril e a Wirecard nos ensinam sobre Compliance, Princípios / Valores e Reputação ?