Quando tratamos tanto de Sistemas de Gestão, quanto do Aprendizado Organizacional, não são raras as vezes em que nos deparamos com o que costumo chamar de Síndrome do Patinho Feio.
É algo comum entre os diversos modelos de sistemas de gestão, sejam normas, sejam critérios de prêmios, o envolvimento / comprometimento / alinhamento de todas as pessoas de uma organização.
Só para recordar, a Norma ISO 9000, em “princípios de gestão da qualidade”, nos traz que “pessoas de todos os níveis são a essência de uma organização, e seu total envolvimento possibilita que as suas habilidades sejam usadas para o benefício da organização”.
Os Critérios de Excelência do Prêmio Nacional da Qualidade (versão 2009), em 6.3 — Sistemas de Trabalho, questionam “de que forma se estimulam a cooperação e a comunicação eficaz entre as pessoas e entre as equipes, incluindo pessoas de diferentes localidades e áreas”.
Mas então, qual a causa (e quais as consequências) dessa síndrome?
A causa principal costuma ser uma visão não tão abrangente do sistema, quanto deveria. Ou seja, uma visão não tão sistêmica.
Nessa linha, aqueles que não estão diretamente envolvidos com a “qualidade” dos produtos / serviços, ficariam de lado em relação ao SGQ. Aqueles cujas atividades não tenham grande impacto ao meio ambiente, ficariam um tanto apartados do SGA. Os que desempenham atividades que não tragam grande risco à sua integridade, não precisariam se envolver muito com o SGSSO.
E as consequências disso?
Além do natural efeito do sentimento de “não fazer parte”, ou de exclusão, muitas vezes as organizações estão perdendo uma enorme riqueza de conhecimento que poderia ser agregado às suas soluções, pelo envolvimento efetivo de todos, obviamente cada um à sua maneira.
Eu costumo refletir que — se alguém não tem nada a agregar ao SGQ, SGA, SGSSO,… de sua organização — até mesmo a sua utilidade para a organização poderia ser questionada!
Para pensar durante a semana: quantos patinhos feios o seu sistema de gestão gerou ou vem gerando em sua organização?